25 outubro, 2010

os desinteressados, mas muito interessantes


Era noite de festa, aquele tipo de noite que todas as meninas vão pra salão fazer unha, maquiagem, sobrancelha e penteados. Eu tava normal. De vestido novo e um brinco gigantesco, porque eu gosto deles assim. Mas estava desprovida de grandes estardalhaços visuais típicos da ocasião, tais como cabelos armados, unhas vermelhas e maquiagem Lady Gaga. Ok, estava bonitinha. Já tinha notado alguns olhares, mas sinceramente, meu copo de champagne merecia mais atenção que os demais. Lá pelas tantas, um pouco animadinha, me enfiei pela pista de dança. Um desgraçado com a namorada ao lado começou a me olhar, o que me obrigou a virar de costas e "niqui" eu virei, ele. Até que simpático, carismático, olhar bonito. Soube se aproximar. Esperou que eu fosse no bar, foi atrás, perguntou o que eu ia beber... Mas foi me dando um nervoso, eu queria sair dali. Agarrei o primeiro drink que o garçon fez e não sabia de quem era, pedi licença e voltei pra pista de dança. Ele se aproximou de novo, aí aquele papo: você mora aonde? você tem quantos anos? você faz o que? A última pergunta é crucial pra mim. CRUCIAL! Primeiro, porque sempre que eu falo que trabalho em cruzeiros, se a pessoa começar a perguntar muito eu já fico muito sem saco pra responder (Eu sei que é diferente, bacana e que viajo, mas acabou minha paciência com tais explicações). Segundo, se a pessoa faz uma coisa que eu ache desinteressante, eu me desinteresso na mesma proporção. E adivinha??? Foi exatamente isso que aconteceu! Num tal ponto que eu achei que seria melhor cuidar da bebum que estava no banheiro do que continuar a conversa. Foi então que eu vi minha salvação, uma pessoa magra (adoro gente magra), sentada no sofá que ficava na pista, brincando com uma criança, que com certeza já tinha notado meu incômodo com o outro sujeito. A gente nem precisou falar nada e de verdade, eu nem sei como isso aconteceu. Só sei que como grandes dois amigos concordamos que iríamos fumar! Falei pro indivíduo, "vou fumar, já volto". E Deus salve essa pessoa, tão mais interessante, tão mais divertido, tão mais eu. A gente ria sem parar e chegava a conclusões de como tinha sido nossa conversa mental pra finalizar naquela escapada maravilhosa para um cig. Parecia meu amigo de séculos, me chamava de louca perdida e estendia quantos cigarros eu pedisse. E foi um papo animado, o namorado dele chegou com um copo e a minha amiga chegou rindo e perguntando onde diabos eu tinha me metido. Os quatro riam e se jogavam por conversas muito animadas.


Conclusão: acho que fui ficando mais velha e percebi que mais vale um bom papo com uma pessoa interessante, do que um telefone de um outro normal, de um outro... Chega de outros! Mesmo que os interessantes não estejam nem um pouco interessados, não queriam me levar pro motel ou me ligar no dia seguinte pra marcar um chopp.

2 comentários:

Carlinha disse...

Sinto lhe afirmar: acho que realmente estamos ficando velhas! rs

Tô de saco cheio desses papinhos também, sem paciência... aff!

Nubs disse...

com prazer que lhe informo que você está envelhecendo...! e é a partir de agora que as coisas realmente interessantes vão acontecer na sua vida, porque agora vc começa a aprender a selecionar! ;)