23 outubro, 2010

Dos abismos...

Por estar sem graça correu pra janela, e por estar ali percebeu quais vizinhos estavam acordados, também uma árvore que crescia de um telhado e porque o Cristo tava roxo. Queria olhar pra tudo, menos pra dentro do quarto, porque tava com vergonha. Aliás, queria olhar pra tudo, menos pra ela própria, talvez também porque tivesse vergonha... Era vazio, um abismo dentro de si mesma.
Se jogou na cama, a janela ainda escancarada, os ouvidos gostavam; mas ainda estava sem graça. –É preciso acabar com o abismo.
Foi isso então, achou que ele podia acabar com seus abismos, mas não. Ninguém pode acabar com eles, a não ser você mesmo. E nos dias de hoje tem muita gente por aí com verdadeiros desfiladeiros por dentro...
Ah, essa mania de achar! Achou que podia, achou que devia, achou bacana... Tenho que parar com os achismos, assim paro também com as minhas expectativas e paro de jogar expectativas em cima de tudo e todos. Enquanto isso, monto uma corda e brinco de bungee jumping no meu abismo particular!

Um comentário:

Carlinha disse...

Sempre criamos expectativas e na maioria das vezes nos decepcionamos... não tem jeito!

E o que será que existe além do abismo? Descobriremos um dia? Talvez...