Satisfação do estômago cheio depois do almoço, a casa em absoluto silencio, a não ser pelo barulho do rádio do vizinho lá no fundo, meu quarto escuro, o estranho vento frio que se embrenha pelos buracos do ar condicionado, a gata dorme, as duas aliás... Também quero dormir. Queria ter a paz do animal quando esse mesmo dorme. Meu sono é pesado, é intenso, meu sono é quase um acordar. Sempre acordar... Preciso dar um jeito pra vida com esse negócio de sono. Preciso aprender a desligar. Não pensar. Ter calma.
Já não quero mais ir, mas que remédio? Também não quero ficar. Há muito ela já está aqui. Aliás, gruda em mim, vive grudada. Não ligo muito, mas ela gruda. É grande, sem cara, calada, mal humorada, por vezes irônica e veste escuro. Sabe aquele tipo de gente que mesmo você ignorando, incomoda? Assim é essa coisa pra mim, assim é saudade (Veja bem que nem faço questão de colocar a letra maiúscula, pra tentar diminuir a importância). Ela vive na minhas coisas, dentro do meu quarto, nas minhas bolsas, na minha janela, nos meus cigarros, senta na minha poltrona e me observa. Tenho quase certeza que quando faz isso solta um riso de lado a cada revirada que eu dou na cama. Admito, ela me domina.
2 comentários:
Que postagens como essas sejam frequentes... adoro as coisas que você escreve!
Profundo....muito camila! adorei!
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